Acordo...
Olho em volta, estou só...
É cedo.
Este é o meu paraíso...
A solidão sabe bem mas termina rapidamente.
Abro a janela e deixo o vento entrar,
Tocar em cada coisa que está à minha volta,
E toca também em mim.
Num segundo, em duas horas
O meu paraíso fica amaldiçoado...
É o meu inferno...
Fecho a janela, desço as escadas...
Só vejo humanos!
Deito-me na calçada e adormeço.
"As pessoas chiavam como ratos, e pegavam nas coisas e largavam-nas, e pegavam umas nas outras e largavam-se. Diziam: boa tarde, boa noite. E agarravam-se, e iam para a cama umas com as outras, e acordavam. Às vezes acordavam no meio da noite e agarravam-se freneticamente. Tenho medo - diziam. E depois amavam-se depressa, e lavavam-se, e diziam: boa noite, boa noite. (...) E no tal lugar, de manhã, as pessoas acordavam. Bom dia, bom dia. E desatavam a correr. É o meu inferno, é o meu paraíso, vai ser bom, vai ser horrível, está a crescer, faz-se homem. E a gente então comove-se, e apoia, e ama."
HH
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