Os fungos contaminam a parede,
Dançam descontentes,
lesionados, autistas!
São olhados de lado,
Desprezados pelo mundo ignorante.
E perguntam as horas
À porta da casa de banho,
E telefonam, sem saber a quem
Para obter respostas do além.
Já não têm familia,
Já não têm casa,
Dormem na rua,
Ao calor de um fogo sem brasas.
Queria um para mim,
Para cuidar, tratar,
Para preservar da pureza
Dos génios.
A doença é uma condição imposta
Por um Universo fechado
De gente mesquinha,
Dum ritmo descompassado.
Também eu sou doente
Por um passado,
Que não é meu,
Que foi ela que o quebrou,
Com a abominação da loucura,
Com o dominio da racionalidade.
Mas ela desapareceu e só permaneço eu...
Um fungo.
14 maio 2006
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