14 julho 2006

Juncos Silvestres


Lisboa hás de ser sempre só,
Hás-de sempre parecer irreal,
Hás-de sempre alimentar esperanças e de matar paixões,
No acto supostamente mais puro das coisas.

Lisboa, hás-de sempre ter essas casas
Que me parecem sempre minhas
Sem nunca as ter habitado,
Hás-de sempre me mostrar esse meu lado mais honesto, mais lusitano.

Mas esse fado que encerras nas tuas ruas,
Essa pobreza que quer trespassar a alma,
Há sempre de me levar à fatalidade,
A um erro que, num minuto, te retira essa tua atmosfera de progresso.

Lisboa, lembras-me a saudade que tenho de mim,
E agora sinto esta tristeza
De não te voltar a encontrar.
O encontro na mística de azul e rio...

1 comentário:

Teresa Projecto disse...

eu não teria dito melhor...essa é a minha lisboa.