19 abril 2006
Um nome
Di-lo-ei pela cor dos teus olhos,
Pela luz onde me deito.
Di-lo-ei pelo ódio, pelo amor com que toquei as pedras nuas,
Por uns passos verdes de ternura.
Ela tinha duas escolhas possiveis,
Pelas adelfas, e por nenhuma,
Quando as adelfas nestas ruas podem saber a morte.
Sempre a mesma escolha, sempre a minha escolha,
Se ela gosta de comodidades,
Pelo mar azul, azul-cantábrico, azul bilbau.
E aqui permaneço no meu largo,
Tantos são os cheiros, os odores que se sentem aqui.
Quando amanhece, o sol
Gostava de morar aqui.
Di-lo-ei pelo sangue violado e limpo e inocente,
Despresam-me a toda a hora,
Perdeu-se o primeiro amor, por uma árvore,
E por tudo neste mundo.
Tenho que arranjar uma só árvore, mas verdadeira e pura e limpa,
Mais minha, mais como eu.
Di-lo-ei:
Ela morreu, mas viveu em esperança,
Que um dia o mundo mudasse
E as lágrimas e tudo o mais não chegassem a existir...
Não choveria, mas a erva continuaria verde.
O mundo seria assim perfeito?
Limitação da mente humana
Que esqueceu os momentos vivídos no Éden embrionário.
Porém, quando vê tudo o que está à sua volta
Pensa com desprezo que ali é a morte, é o fim
E que não há salvação.
Di-lo-ei: Já te encontrei... A morte desapareceu...
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