Não sabiam se era dia ou noite
Primavera ou Outono,
Sabiam que estavam na capela do abísmo.
O tiroteio, as chamas,
As secretárias e os generais
Eram os convidados especiais.
A melodia, a valsa dos bombardeamentos
Ritmava os corações gélidos
Que nessa noite se finalizaram
E choraram...
Não havia flores,
Não havia abraços, beijos
O toque não existia,
Apenas a apatia.
O casamento chegava ao fim,
E ela viúva de branco,
Aguardando a despedida do amado,
Gritava, num silêncio cortante,
A esperança de uma vitória inatingível.
Sózinho enfim,
O seu esposo bebeu do veneno,
E caíu silêncioso
No chão frio da morte e da derrota.
29 abril 2006
26 abril 2006
Vontade
A culpa não é do sol
Se o meu corpo se queimar.
A culpa é da vontade
Que eu tenho de te abraçar.
A culpa não é da praia
Se o meu corpo se ferir.
A culpa é da vontade
Que eu tenho de te sentir.
A culpa não é do mar
Se o meu olhar se perder.
A culpa é da vontade
Que eu tenho de te ver.
A culpa não é do vento
Se a minha voz se calar.
A culpa é do lamento
Que sufoca o meu cantar.
A culpa é da vontade
Que vive dentro de mim,
E só morre com a idade,
Com a idade do meu fim.
A culpa é da vontade.
AV
Se o meu corpo se queimar.
A culpa é da vontade
Que eu tenho de te abraçar.
A culpa não é da praia
Se o meu corpo se ferir.
A culpa é da vontade
Que eu tenho de te sentir.
A culpa não é do mar
Se o meu olhar se perder.
A culpa é da vontade
Que eu tenho de te ver.
A culpa não é do vento
Se a minha voz se calar.
A culpa é do lamento
Que sufoca o meu cantar.
A culpa é da vontade
Que vive dentro de mim,
E só morre com a idade,
Com a idade do meu fim.
A culpa é da vontade.
AV
Oculto
Estou a regressar a casa.
Espera um pouco até que eu chegue.
Era isto que ia acontecer.
Eu ia sair porta fora, irritada,
E voltaria, porque esta é a minha casa.
É o único sitío onde me sinto,
Este é o lugar, que por mais sombrio que seja,
É meu!
Agora que a noite me cobre,
Ando constante no meu passo,
A lua desaparece numa mistura de nuvens.
Acho-me perdida, num caminho que fui eu a traçar.
Mostro dentro do meu ser o medo incessante.
Medo da perda,
Medo de esquecer este caminho para sempre.
Mergulho no submundo, nessa terra que também é minha,
Mas nada encontro...
Misturo-me na imensa escuridão.
Olho em volta, nada vejo.
Onde estou eu?
Onde estás tu?
Outro caminho?
O caminho é este, não quero mais nenhum...
Rasgo o véu que me separa da realidade
Rios de azul saem do meu corpo e indicam a saida.
Regresso a casa, sei o caminho, o caminho sou Eu!
23 abril 2006
Porque sim...
"Como não cabem as anedotas da infância, que já não têm graça nenhuma. Como não cabe nada do que já não sou eu. Não discuto, irra, não discuto! Sei lá porque é que uma anedota de que ri não tem hoje graça nenhuma! Sei só que a não tem.
E, todavia, pesa-me como uma pata de violência a realidade da pessoa que somos. Há muita coisa a arrumar, a harmonizar, muita coisa ainda a morrer. Mas por enquanto está viva. Por enquanto sinto a evidência de que sou eu que me habito, de que vivo, de que sou uma entidade, uma presença total, uma necessidade do que existe, porque só há eu a existir, porque eu estou aqui, arre!, estou aqui, EU, este vulcão sem começo nem fim, só actividade, só estar sendo, EU, esta obscura e incandescente e fascinante e terrivel presença que está atrás de tudo o que digo e faço e vejo - e onde se perde e esquece. EU! Ora este «eu» é para morrer."
VF
O passado parece hoje tão distante. Uma noite que se dividiu em duas, e uma vida que se desfragmentou e não sabe mais voltar à unidade.
Havia dantes aquela sensação de que existiam duas entidades dentro de mim, e que disputavam pelo mesmo ser. Sei qual delas quereria vencer. A mais triste, mais incapaz, mais insegura. Porém o ser não deixa de me surpreender. Cada vez mais nos extremos da irracionalidade, a entidade póstoma tem força para prevalecer. Existe nela uma energia, uma vivacidade dominante. Existe vida. E é ela que vai viver. Após a morte do ser, será essa segunda entidade que dominará o corpo. E existência será por isso mais simples e mais pura.
Esse corpo que mereceria o sofrimento, supera a dureza das palavras, dessas pedras frias e mortas que despedaçam a consciência dos momentos.
O ser renasce, a entidade renova-se, o corpo purifica-se, a palavra é aniquilada.
E, todavia, pesa-me como uma pata de violência a realidade da pessoa que somos. Há muita coisa a arrumar, a harmonizar, muita coisa ainda a morrer. Mas por enquanto está viva. Por enquanto sinto a evidência de que sou eu que me habito, de que vivo, de que sou uma entidade, uma presença total, uma necessidade do que existe, porque só há eu a existir, porque eu estou aqui, arre!, estou aqui, EU, este vulcão sem começo nem fim, só actividade, só estar sendo, EU, esta obscura e incandescente e fascinante e terrivel presença que está atrás de tudo o que digo e faço e vejo - e onde se perde e esquece. EU! Ora este «eu» é para morrer."
VF
O passado parece hoje tão distante. Uma noite que se dividiu em duas, e uma vida que se desfragmentou e não sabe mais voltar à unidade.
Havia dantes aquela sensação de que existiam duas entidades dentro de mim, e que disputavam pelo mesmo ser. Sei qual delas quereria vencer. A mais triste, mais incapaz, mais insegura. Porém o ser não deixa de me surpreender. Cada vez mais nos extremos da irracionalidade, a entidade póstoma tem força para prevalecer. Existe nela uma energia, uma vivacidade dominante. Existe vida. E é ela que vai viver. Após a morte do ser, será essa segunda entidade que dominará o corpo. E existência será por isso mais simples e mais pura.
Esse corpo que mereceria o sofrimento, supera a dureza das palavras, dessas pedras frias e mortas que despedaçam a consciência dos momentos.
O ser renasce, a entidade renova-se, o corpo purifica-se, a palavra é aniquilada.
22 abril 2006
Each man kills the thing he loves
Yet each man kills the thing he loves,
By each let this be heard,
Some do it with a bitter look,
Some with a flattering word,
The coward does it with a kiss,
The brave man with a sword!
Some kill their love when they are young,
And some when they are old;
Some strangle with the hands of Lust,
Some with the hands of Gold:
The kindest use a knife, because
The dead so soon grow cold.
Some love too little, some too long,
Some sell, and others buy;
Some do the deed with many tears,
And some without a sigh:
For each man kills the thing he loves,
Yet each man does not die.
OW
By each let this be heard,
Some do it with a bitter look,
Some with a flattering word,
The coward does it with a kiss,
The brave man with a sword!
Some kill their love when they are young,
And some when they are old;
Some strangle with the hands of Lust,
Some with the hands of Gold:
The kindest use a knife, because
The dead so soon grow cold.
Some love too little, some too long,
Some sell, and others buy;
Some do the deed with many tears,
And some without a sigh:
For each man kills the thing he loves,
Yet each man does not die.
OW
19 abril 2006
Um nome
Di-lo-ei pela cor dos teus olhos,
Pela luz onde me deito.
Di-lo-ei pelo ódio, pelo amor com que toquei as pedras nuas,
Por uns passos verdes de ternura.
Ela tinha duas escolhas possiveis,
Pelas adelfas, e por nenhuma,
Quando as adelfas nestas ruas podem saber a morte.
Sempre a mesma escolha, sempre a minha escolha,
Se ela gosta de comodidades,
Pelo mar azul, azul-cantábrico, azul bilbau.
E aqui permaneço no meu largo,
Tantos são os cheiros, os odores que se sentem aqui.
Quando amanhece, o sol
Gostava de morar aqui.
Di-lo-ei pelo sangue violado e limpo e inocente,
Despresam-me a toda a hora,
Perdeu-se o primeiro amor, por uma árvore,
E por tudo neste mundo.
Tenho que arranjar uma só árvore, mas verdadeira e pura e limpa,
Mais minha, mais como eu.
Di-lo-ei:
Ela morreu, mas viveu em esperança,
Que um dia o mundo mudasse
E as lágrimas e tudo o mais não chegassem a existir...
Não choveria, mas a erva continuaria verde.
O mundo seria assim perfeito?
Limitação da mente humana
Que esqueceu os momentos vivídos no Éden embrionário.
Porém, quando vê tudo o que está à sua volta
Pensa com desprezo que ali é a morte, é o fim
E que não há salvação.
Di-lo-ei: Já te encontrei... A morte desapareceu...
17 abril 2006
All I Need
All I need is a little time,
To get behind this sun and cast my weight,
All I need is a peace of this mind,
Then I can celebrate.
All in all there’s something to give,
All in all there’s something to do,
All in all there’s something to live,
With you...
All I need is a little sign,
To get behind this sun and cast this weight of mine,
All I need is the place to find,
And there I’ll celebrate.
All in all there’s something to give,
All in all there’s something to do,
All in all there’s something to live,
With you ...
AiR
04 abril 2006
I Corintios 13
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos,
e não tivesse amor,
seria como o metal que soa,
ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia,
e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência,
e ainda que tivesse toda a fé,
de maneira tal que transportasse os montes,
e não tivesse amor, nada seria.
E, ainda que distribuísse toda a minha fortuna,
para sustento dos pobres,
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado,
e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor;
é benigno;
o amor não é invejoso;
o amor não trata com leviandade;
não se ensoberbe;
Não se porta com indecência;
não busca os seus interesses,
não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha,
mas havendo profecias, serão aniquiladas;
havendo línguas, cessarão;
havendo ciência, desaparecerá;
Porque em parte conhecemos,
e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito,
então, o que é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino,
sentia como menino, discorria como menino;
mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque, agora, vemos por espelho, em enigma,
mas, então, veremos face a face;
agora conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor,
estas três; mas a maior destas é o amor.
e não tivesse amor,
seria como o metal que soa,
ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia,
e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência,
e ainda que tivesse toda a fé,
de maneira tal que transportasse os montes,
e não tivesse amor, nada seria.
E, ainda que distribuísse toda a minha fortuna,
para sustento dos pobres,
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado,
e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor;
é benigno;
o amor não é invejoso;
o amor não trata com leviandade;
não se ensoberbe;
Não se porta com indecência;
não busca os seus interesses,
não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha,
mas havendo profecias, serão aniquiladas;
havendo línguas, cessarão;
havendo ciência, desaparecerá;
Porque em parte conhecemos,
e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito,
então, o que é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino,
sentia como menino, discorria como menino;
mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque, agora, vemos por espelho, em enigma,
mas, então, veremos face a face;
agora conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor,
estas três; mas a maior destas é o amor.
03 abril 2006
Same old flame
You knew in five minutes
But I knew in a sentence
So why do we go through all of this again?
Your eyes are flutterin'
Such pretty wings.
A moth, flyin' into the same old flame again.
It never ends
It's not like I dropped the bomb,on my conscience mom
It takes fightin' day and night to make such a good thing die.
Out, everyone out!
I give too much shit a home
In my heart and mind it gets me every time!
So why do we go through all this shit again?
Your eyes are Flutterin'
Such pretty wings.
A moth flyin' into me
The same old flame again...
TAF
But I knew in a sentence
So why do we go through all of this again?
Your eyes are flutterin'
Such pretty wings.
A moth, flyin' into the same old flame again.
It never ends
It's not like I dropped the bomb,on my conscience mom
It takes fightin' day and night to make such a good thing die.
Out, everyone out!
I give too much shit a home
In my heart and mind it gets me every time!
So why do we go through all this shit again?
Your eyes are Flutterin'
Such pretty wings.
A moth flyin' into me
The same old flame again...
TAF
02 abril 2006
Receita para impacientes...
Não brinco quando digo que você é imaturo,
Não brinco quando digo que você é incompreensível!
Não queria assim? Não está bom para si?
Talvez mais marcado, talvez gravado nas costas dos retornados…
Como prefere?
Espero o dia em que consiga voltar!
Isto aqui é quente e seco,
Custa a adormecer,
"Valha-lhe Deus! Está cego…"
Oh misericórdia financeira!
Tiraram-lhe tudo, até a vontade de ser feliz!
A vontade já não existe, é um mito,
Fraco, espetado, esfaqueado, degolado.
É a vingança da sua inspiração surda,
Não avança.
Somos dois tristes vácuos,
Temos em nós pequenos pedaços do nada,
Herança genética da estrada que nos leva à desgraça.
Não saiba a sua mão direita o que faz a sua mão esquerda.
Talvez seja melhor cortá-las, assim já não haverá perigo!
Já não haverá nada…
Corte-as!
Cave, escave, faça buracos!
Precisa do odor suave dos telhados,
De uma saída mais baixa,
De uma conversa demorada,
No carro, numa noite de trovoada!
O homem que vai tropeçando
Embalado pelo álcool,
Transmite-lhe a aniquilação do sentimento.
Que interessa o que traz consigo?
Há no seu ouvido uma voz terna e doce
Que lhe diz: “Amanhã acaba com a mentira,
Com a alegria mesquinha!”
Enfim…Acabe com a sua vida!
Você está doente…
Acho que devia parar de fumar…
Acho que deveria parar de falar…
Você está morto! Seu impaciente!
Keep on running
When will you do what you say you’ll do?
How could you really do it?
Will you keep on running?
Baby settle down
Will you keep on running?
You’ll lose your heart
Will you keep on running?
Baby settle down
Will you keep on running?
Run on, run on
You’ll rule your day
Crawlin' black spider baby
Crawlin' black spider
Begin to crawl on baby with the cracks were very high
Just keep on crawlin' till the day I die
CP
How could you really do it?
Will you keep on running?
Baby settle down
Will you keep on running?
You’ll lose your heart
Will you keep on running?
Baby settle down
Will you keep on running?
Run on, run on
You’ll rule your day
Crawlin' black spider baby
Crawlin' black spider
Begin to crawl on baby with the cracks were very high
Just keep on crawlin' till the day I die
CP
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