11 agosto 2006

Voz

Também quando Govinda olhou para aquele rosto
Aquele rosto já cansado e velho,
Aquele rosto calmo e simples, que tantas formas tomava
Também ele viu a minha face, os meus olhos,
Que tal como os do novo Sublime procuram o verdadeiro Eu, a Unidade.
Também ele viu o meu nascimento, a minha juventude, a minha velhice, a minha morte,
Mas não em separado,
Quando olhou para o rosto do Sublime e viu todas aquelas faces,
Quando olhou para aquele rosto ancião e viu a minha face,
Viu todas as coisas como uma continuidade,
Como toda uma roda da perfeição,
Como um.
O passado, o presente e o futuro não existiam naqueles rostos,
O tempo morreu naquela face,
O Sublime descobrira a Verdade,
E a Verdade somos todos nós,
A Verdade são todas as coisas,
A Verdade é uma só.
E em todas estas coisas ecoava uma só palavra,
Um só som,
Aquilo que os indianos chamam o Om sagrado,
Que não é mais do que o som do Universo,
A voz do Mundo e do seu povo de crianças, que são os homens,
A Verdade surgia assim:
O Perfeito Amor.

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