25 agosto 2006

Psicologia

Invadidos pelo tal sentimento
De quando aquele cheiro,
A terra molhada nos inunda,
Perdemos as forças,
Caímos de joelhos,
Fazemos perguntas,
Gastamos lágrimas,
Suspiramos mudanças.

Ficamos acordados até chegar a madrugada,
Até sentirmos saudades dos antigos amigos,
Aqueles que nunca nos telefonaram,
Que nunca chegámos a tocar,
Mas com quem compartilhamos alegrias secretas e silêncios públicos,
A eles amámos e eles nos amaram.

Agora somos insensíveis,
Perdemos o Norte,
Não vivemos, nem sequer respiramos,
Apenas vagueamos nas asas do desejo,
De sermos melhores.

Queriamos tanto pegar-lhe ao colo,
Limpar-lhe as lágrimas,
Pedir-lhe desculpa,
Protejê-la de nós e deste mundo cruel,
Que não lhe deu a meninice,
Nem sonhos realizáveis,
Queriamos-lhe cantar:
"Mamã, mamã,
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã,
Libertar-nos do mal..."

Queremos amar-te, mamã...

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