01 dezembro 2005

Silêncio, a Quimera da Felicidade


Por vezes tenho medo dele…
Tão silencioso,
Tão discreto.

Por vezes sinto-o a escapar-se,
Pela porta do meu quarto…
E pensar que poderá nunca mais voltar…
Que nunca mais o poderei acordar, abraçar, aborrecer…

Nunca mais ver aquela face, aquele corpo,
Sangue do meu sangue.
Partilhámos o mesmo refúgio
O mesmo abismo existencial,
Na mesma placenta,

E o sofrimento dele é silencioso
E o medo de o perder vai se tornando fantasia…

Desejou-me antes de eu existir
Agora só deseja a Quimera da felicidade,
O silêncio.

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